Ser mulher, na universalidade da percepção de uma jovem deste milênio, brasileira e universitária.
Segue o candente manifesto de
Thais Versiani.
Resistir pelo direito de existir
Thais Versiani*
Março/2019
Hoje é o dia das mulheres. Mas
não me sinto nem um pouco abençoada ou privilegiada por ser uma delas. Não
existe um dia sequer em que não sejamos lembradas de que a nossa existência é
mais sobrevivência do que vida em si. Não existe um dia em que não sejamos
objetificadas, menosprezadas, maltratadas, estupradas, assassinadas. Alvos de
violência psicológica e física.
Recebemos flores hoje, porque lá atrás, mulheres
morreram incendiadas em uma fábrica de tecelagem por exigirem melhores
condições de trabalho. Porque Rosa Parks se recusou a levantar do ônibus.
Porque Malala foi atacada com um tiro no crânio porque defendeu a educação de
mulheres e crianças. Porque Dandara preferiu o suicídio à retornar a condição
de escrava. Porque Maria da Penha, vítima de tortura, viabilizou a luta contra
a violência doméstica. Hoje não é um dia de receber elogios. Hoje é um dia de
deixar ainda mais esclarecido que nós, mulheres, precisamos ocupar espaços.
Precisamos impor a nossa voz. Através da luta, através do amor. Pelo
empoderamento através da educação. Juntas. Não precisamos receber flores:
precisamos ter nossos direitos garantidos. Precisamos de respeito. Precisamos
viver.
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(*) Thais Versiani, 22 anos, é
estudante de Letras - UFRJ
Pois é. Pensei algo próximo disso quando originalmente li.
ResponderExcluirRazão e sensibilidade !
ResponderExcluirBem dito.
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