As forças democráticas diante do amanhã


Do artigo de Marco Aurélio Nogueira, "A segunda chance de Temer" (Estadão 3/08/2017), quanto à presente desarticulação do campo democrático:


"(...)Temer não ficará sangrando em céu aberto, ainda que parte de suas vísceras estejam expostas. Pesará nada em sua sucessão, com poder zero para influenciá-la. Há uma interrogação flutuando sobre ele: como chegará até o fim? Lula tem imensos problemas e até os passarinhos do Planalto sabem que sua eventual candidatura é mais um problema que uma solução, inclusive para ele próprio. Bolsonaro segue em busca de um partido e de uma plataforma civilizada, fazendo o possível para cortejar a direita, os ressentidos e os incautos. Tucanos estão em revoada, sem saber em que galho pousar. E Marina está, por enquanto, em fase de aquecimento(...)".
"(...)A vasta e pouco estruturada área democrática do país permanece na expectativa, em stand-by, sem saber o que lhe reservará o dia de amanhã".

Renovação, Propostas e Diálogo


Fabio Giambiagi, em seu artigo "A hora da Política" (O Globo, 1/08/2017) propõe um encaminhamento para a organização das forças democráticas face aos embates que se avizinham com as eleições de 2018.

"(...)Neste imenso espaço territorial convivem todo tipo de credos, empresários, trabalhadores, entidades patronais, sindicatos, fortíssimos grupos de pressão encastelados na administração pública, a Igreja como instituição, uma profusão de grupos defensores do meio ambiente, diversas correntes de opinião, uma mídia cada vez mais atuante, etc. Quem julgar que poderá conduzir essa espécie de “Arca de Noé” da diversidade que é o Brasil na base, pura e simplesmente no grito, está redondamente enganado. Não haverá saídas para o País, no atual contexto, baseadas em soluções autoritárias ou messiânicas(...)".

"(...)Não há como, numa democracia, haver progresso sem diálogo entre as forças políticas. Para o bem do país, precisamos que as próximas eleições tragam três novidades. Primeiro, uma renovação da classe dirigente, com o surgimento de lideranças que estejam isentas dos vícios daquelas que estão sendo “varridas” pelos efeitos da Lava-Jato. Segundo, um debate efetivo de propostas, e não o marketing vazio das últimas campanhas eleitorais. E, terceiro, capacidade de diálogo entre as principais forças que resultarem do pleito eleitoral. Há uma enorme massa de cidadãos que clama por isso".