Pra virar o jogo

"É hora de recolher os cacos, identificar as raízes dos nossos erros, da autocrítica impiedosa quanto aos rumos equívocos em que nos deixamos enredar e ameaçam pôr sob risco nossas conquistas democráticas". Porque sem isto não conseguiremos enfrentar e derrotar esse grupo nefasto que a partir de janeiro toma posse no Poder Executivo. É esta a trilha percorrida por Werneck Vianna neste novo artigo, “Bye bye, Brasil?”em seguimento ao anterior já postado neste Blog. Mãos à obra.
Luiz Werneck Vianna

Bye bye, Brasil?*

Luiz Werneck Vianna**
Bye bye, Brasil, querem nos embarcar para uma terra nova – por ora, está difícil de evitar – sem reinações de Narizinho, sem Jubiabá, sem um catolicismo gordo e compassivo, sem o culto da cordialidade, sem o jagunço do Euclides da Cunha e os retirantes de Graciliano, o abolicionismo do Nabuco, sem Gilberto Freyre, sem a Coluna Prestes, até sem a Petrobrás e o Banco do Brasil, sair assim, com as mãos abanando e as cabeças vazias. O embarque deve ser imediato, para que nós, que mal conhecemos o liberalismo, num país onde jamais o capitalismo foi uma ideia popular, passemos direto ao neoliberalismo e ao culto da teologia da prosperidade, glória a Deus.